sexta-feira, 26 de novembro de 2010
sem sentido
É difícil de acreditar, mas eu sou de um planeta perdido no espaço. É um planeta sem nome, confesso, mas não deixa de ser importante para o universo. Eu vivia sozinho, pensando em como os outros pontos luminosos ao meu redor podiam gerar tanta luz. Havia um planeta que parecia azul, mas metade do tempo ele estava claro e bonito, e na outra metade ele reluzia falso e por obrigação. Se é que um planeta pode ter um dono para lhe obrigar à algo. Isso me intrigara profundamente, e certo dia eu decidi que tropeçaria de propósito rumo ao tal planeta desconhecido. Ao acordar, mergulhei no espaço feito astronauta curioso. Naveguei por dias e dias até que tombei em um quintal. Eu tive a certeza de que era esse o planeta em que eu queria habitar, ele é mágico, triste e um ponto de interrogação gigante dentro de mim. Eu estava de cabeça para baixo, pendurado pelos pés em um varal. Fiquei alí por horas e horas, até vir alguém e me dizer: "você está de cabeça para baixo". Isso é um tanto engraçado, como se pode saber se alguém está de cabeça para baixo ou para cima? Eu só mergulhei no espaço, as coisas não fazem sentido.
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