Abram-se as cortinas. Venham. Venham. O espetáculo está para começar. Encontre uma poltrona vazia e sente-se. O maior espetáculo de todos está bem alí, na nossa frente. Atrás dessa cortina os personagens respiram fundo antes de entrar em cena. E fechem-se as portas. Silêncio. Até os passos mais sutis podem incomodar a platéia. Cena 1: Lá estou eu, andando pelos holofotes e de meias brancas, esperando o fim desse teatro mágico. Tropeço e o som do acordeon vai ficando mais alto até que me deixa completamente surdo. Ver é fácil quando se tem olhos fechados. Fecho os olhos. Do meu lado passeiam pessoas em passos de valsa. Apertem os cintos, estamos prestes à decolar. Entre capitão, grite para nossos tripulantes. Olho para o meu lado esquerdo, e vejo direito todas as frases que ele perdeu pelo caminho. "Rumo à lua num tapete voador" - Gritou o senhor capitão, de farda azul espacial. O foguete desaba em pleno cenário e desmonta feito relógio, que tic-tac-tic-tac. O despertador anuncia o fim do espetáculo. Cena 2: Eu estou sentado no topo do universo, e observo todas as cenas. Personagens atrás de máscaras e cortinas. Abram-se os sorrisos. É hora de anunciar para toda a platéia deste mundo que não existe diretor. O teatro é mágico e livre até que as cortinas se fechem novamente.
Fecham-se as cortinas...
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