segunda-feira, 1 de novembro de 2010

a bailarina e o soldado de chumbo

  E sabe mais? A ordem cósmica do mundo pretende me triturar em pedaços. Eu, provavelmente, fui um assassino em série em vidas passadas. Gostava de cheiro de morte. Do vazio. Do grito. Nessa vida, pretendo cortar-me em pedaços para me devolver em paz. A terra não aceitaria que um ser tão ruim tornasse parte dela novamente, e se misturasse sem cor. De modo que os dois seriam um, e nunca haviam sido um só elemento, pois sempre foram o mesmo. Passo horas do meu dia à esperar. Não sei bem se a morte seria minha caravana natural. As vezes creio que um disco-voador virá me buscar. Me levará fumegante até o silêncioso planeta de que pertenço. Talvez esse planeta nem exista. Talvez eu nem exista. E você? Você existe? A força universal que hoje me rachou as idéias boas, poderá amanhã se dissolver no ar. E com o mesmo ar trazer novamente para mim tudo o que eu costruí para nós: a bailarina e o soldado de chumbo.

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